quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Ações anti-Campylobacter

Duas empresas belgas de processamento de aves, cujo alimentos são reconhecidos pelos Sistemas de Gestão de Segurança da Bélgica (FSMS, na sigla em inglês) devem considerar medidas adicionais, tais como retirar a pele e congelar carcaças de frango para reduzir a atuação da bactéria Campylobacter spp. em produtos avícolas. O Journal of Food Production publicou um novo estudo sobre esta medida.
O estudo conclui tais medidas são eficazes, mas afirma que os gestores de risco devem estar cientes que a certificação FSMS é baseada no conceito APPCC [Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle], nas Boas Práticas de Fabricação,  e nos pré-requisitos e exigências legais dentro da produção de carne de frango.
 Logo, não é uma garantia para a ausência total de patógenos e por bons resultados de segurança alimentar".
Outras medidas de combate à Campylobacter sugeridas no estudo incluem a utilização de embalagens diferenciadas [que interagem com a atmosfera] e que utilizem o método a vácuo para aumentar a segurança do produto e o prazo de validade, garantido melhor qualidade sanitária na venda.

Entrave- A Campylobacter é a grande responsável pela maioria das intoxicações alimentares na Bélgica e em toda a Europa. Em julho, a European Food Safety Authority (EFSA) anunciou um plano de ação para melhorar processos de gestão de risco em toda a cadeia de alimentos. O governo da Dinamarca já está investindo 3,3 milhões de Euros por ano, até 2012, para investigar agentes patogênicos. As informações são do site World Poultry.
(fonte avicultura Industrial)

domingo, 12 de dezembro de 2010

Além da meleca cor-de-rosa

A verdade sobre os nuggets de frango

Saiba mais sobre essa delícia crocante e douradinha:
A foto é real e nuggets realmente são feitos do material – mas nem todos os nuggets de frango são feitos com o frango mecanicamente separado acima. Há dois tipos de nugget: os de músculo inteiro, que é basicamente um pedaço de frango normal, empanado, e que você frita em casa e há o processado, que se parece mais com um hambúrguer.
O último tipo usa a massa cor-de-rosa acima que é constituída de “pedaços de frango que não seriam cozidos corretamente de outra forma” – ou seja, tudo que não consegue ser vendido como um pedaço normal de frango (miúdos, por exemplo). É o mesmo processo usado para fazer salsichas também. Veja o vídeo:


Segundo vários “cientistas da comida” a verdadeira ciência dos alimentos é aumentar a quantidade de comida produzida tornando alimentos aparentemente indesejáveis em alimentos desejáveis e gostosos. É, basicamente, graças a esse tipo de pensamento que a comida hoje em dia é bem mais barata do que era há algumas décadas atrás.
Além disso, os produtores possuem uma certa “ética” na hora de fabricar seus alimentos: se vamos matar animais é lógico que todo o animal seja usado, para evitar desperdício de vida e de alimento que é saudável.
Lógico que recomendamos que você consuma alimentos de fabricantes confiáveis, mas não é porque o nugget é feito de carne mecanicamente separada que você deve deixar de comer algo que goste.

Benefícios do chá verde industrializado são questionados


Pelo visto, cada vez mais fica provado que é melhor fazer comida em casa do que comprar produtos processados e industrializados. Beber chá verde é quase moda atualmente. Mas o quão bem ele realmente lhe faz? Acontece que muitas das bebidas industrializadas de chá verde contêm muito pouco dos benefícios do verdadeiro chá verde. O que realmente é comercializado é uma bebida açucarada misturada a vitaminas e minerais. Inclusive, parece que os rótulos dos alimentos podem nos induzir ao erro. No mês passado, um estudo descobriu que, embora os rótulos das bebidas de chá engarrafado normalmente vêm cheios de declarações do seu conteúdo rico em antioxidante, as doses saudáveis são muito pequenas, encontradas em maior quantidade no chá caseiro (feito a partir de um saquinho).  Agora, a FDA (Food and Drug Admnistration, ou em português, Administração de Drogas e Alimentos) advertiu os responsáveis pela fabricação de bebidas de chá verde que não considera ser adequado fortalecer com vitaminas e minerais comidas que são consideradas “porcarias”, tais como bebidas carbonatadas.  Além do mais, a FDA diz que os ingredientes da bebida não são nutrientes com reconhecida atividade antioxidante. Inclusive sugere que o produto viola as leis federais de alimentos por anunciar tal qualidade no rótulo.

Nanofood: o futuro da alimentação


Pense na seguinte situação: você vai a uma churrascaria, se empanturra com três tipos de carne por minuto e sai completamente satisfeito. O problema é depois, na hora de prestar contas com a balança e com os médicos. Pois bem, a indústria alimentícia está lhe preparando uma surpresa: você pode ficar só com a satisfação de ter comido um boi inteiro, comendo muito pouco. Essa é a nanofood. O conceito básico é diminuir o tamanho e a massa dos alimentos, sem alterar suas propriedades nutritivas básicas. A base dessas mirabolantes pesquisas está no Instituto de Pesquisas Alimentícias (IFR, na sigla em inglês), sediado na Grã-Bretanha. Para “enganar” o sistema digestivo (fazer o corpo pensar que já comeu muito) os cientistas desenvolveram um sistema que trabalha nas proteínas da comida. É que o mecanismo que avisa ao cérebro algo como “ei, já tá bom, chega de comer”, fica localizado no íleo, a última porção do intestino delgado.  Normalmente, as proteínas já vão se quebrando nas duas primeiras porções do intestino, assim, os aminoácidos (as partes da proteína) já digeridos não ativam rapidamente o mecanismo de satisfação alimentar quando passam pelo íleo, é preciso muitos aminoácidos. Os cientistas conseguiram prorrogar a quebra das proteínas até a chegada ao íleo. Lá, elas explodem de repente, ativando o mecanismo imediatamente, ou seja, a pessoa comeu bem menos até o momento da “explosão”. Com isso, a pessoa ingere menos gorduras nocivas e mais proteínas, ou seja, ponto para a saúde. Os alimentos estão sendo desenvolvidos para serem “diets”, mas conservarem o sabor original. Há um outro truque para isso: é encontrado, por exemplo, nas maioneses. A maionese diet tradicional substitui grande parte da gordura por água, e por essa razão o gosto fica insosso, longe da maionese normal, e poucas pessoas consomem. A “nano-maionese”, para disfarçar a quantidade extra de água, coloca uma nano-gota de óleo em cada gota de água. Por essa razão, o gosto se mantém, mas o colesterol cai.  Ainda há um ramo da indústria que estimula a inclusão de nano-partículas de prata nos alimentos, com indícios de que ajuda o sistema imunológico, mas a pesquisa ainda está em discussão. Isso se aplica a algumas buscas na área de suplementos alimentares. Uma delas, que visa implementar ferro na alimentação através de nano-partículas de uma proteína que contém ferro, sem causar efeitos colaterais, também está ainda em desenvolvimento. Empecilhos: ainda é um produto caro, poucas empresas da indústria alimentícia se aventuram na fabricação. Aqui no Brasil, a extensão da nanofood é quase nula. As grandes empresas estão apenas começando a pensar em estratégias para massificar a produção, as poucas empresas de nanofood vendem apenas pela internet. Fala-se também em produzir alimentos sintéticos, totalmente a partir do zero. Uma equipe de biotecnologia conseguiu produzir uma espécie de carne apenas com proteínas tiradas do leite. Estaríamos entrando numa nova era, em que uma refeição completa, com todos os nutrientes necessários, pode ser ingerida em um cubinho de 1cm³.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Rondeel – Embalagem de ovos feita com fibra de coco

A empresa holandesa produtora de ovos, a Rondeel, lançou no varejo uma embalagem diferenciada de todas as demais existentes no mercado mundial.


A embalagem foi tecnicamente desenvolvida com a finalidade de produzir ovos dentro de  padrões de total sustentabilidade futura. A caixa de ovo é feito de fibra de coco 100% natural e 100% de borracha natural, produto natural, biodegradável e que não causa impactos ambientais. . A caixa é totalmente biodegradável. Tem um formato diferenciado que se destaca na gôndola. Porém o seu formato redondo pode dificultar a estocagem do produto em relação às embalagens tradicionais. A Rondeel tem um conceito completamente novo no alojamento de aves poedeiras. É baseado na ideia de encontrar o equilíbrio entre a aceitação do público, o bem-estar do agricultor e do bem-estar das aves. Fica aqui uma ideia de material para substituir a embalagem de polpa moldada de papel. O descarte do coco em muitas cidades é um problema e o não aproveitamento desse material é um desperdício pelo seu potencial em se transformar em outros produtos.

Farinha Mista de Banana e Castanha em Rio Branco

 
RIO BRANCO -  A unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuário do Acre (Embrapa/AC), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), realiza os primeiros testes sensoriais com quatro novas formulações do produto castanha do brasil com a farinha mista de banana.

A degustação ocorreu 02/12/2010, com 40 estudantes da escola de ensino fundamental São Camilo que experimentaram as novas versões do mingau à base dessa mistura, preparado no laboratório de tecnologia de alimentos da Unidade. As sessões de degustação visam avaliar critérios como aparência, textura e sabor do alimento.

A atividade faz parte das ações do projeto ”Alimentare”, financiado pela Fundação de Tecnologias do Acre (Funtac), que tem entre os seus objetivos o desenvolvimento de uma formulação resultante da mistura das farinhas de banana e castanha, para industrialização, visando à sua incorporação no cardápio da merenda escolar.

Os testes com as novas formulações envolvem a participação de estudantes de diversas escolas e visam validar a aceitação do produto no mercado. “A combinação que mais agradar passará por outras análises, incluindo as propriedades físico-químicas (granulometria, proteínas, lipídios, amido, açúcares e outras características nutricionais), além de testes com embalagens”, explica o analista da Embrapa Acre, Vlayrton Maciel.

O projeto também vem estudando outros aspectos dessas formulações como o tempo de prateleira.  Uma parceria com o Grupo Miragina S. A. prevê a industrialização do produto produto final. De acordo com a engenheira de alimentos Rejane Maria Neiva, as misturas têm composições diferenciadas, com percentuais distintos das farinhas de banana e castanha, entretanto,  isto não interfere no seu valor nutricional.

“O principal diferencial é o sabor, que pode ser mais ou menos acentuado, dependendo da quantidade das farinhas na mistura. É importante que a criança goste do que come porque este fator é decisivo para atrair o interesse pelo alimento”, diz.

SuperfarinhaA farinha mista de banana e castanha-do-brasil, conhecida como “superfarinha”, foi desenvolvida pela Embrapa Acre como alternativa para agregar valor a estes produtos e ampliar o seu consumo dentro e fora do Estado. 

Os estudos coordenados pela pesquisadora Joana Leite, responsável pela área de tecnologia de alimentos da Unidade, resultaram em um alimento que reúne o sabor exótico e as propriedades nutritivas de dois produtos regionais, bastante consumidos pela população local e de outros estados.

“Até então, utilizamos apenas uma formulação composta por 28% de farinha de banana e 20% de farinha de castanha. A idéia é chegar uma mistura saborosa, de baixo custo e elevado valor nutricional, a partir de produtos abundantes na região, para uso na alimentação infantil”, explica Rejane Neiva.

A busca por alimentos saudáveis coloca cada vez mais os produtos regionais na mesa do consumidor. A banana está entre as frutas mais consumidas no mundo, tanto pelo sabor que agrada aos paladares mais exigentes, seja in natura ou em pratos variados, como pelas propriedades nutricionais que apresenta.  Fonte de vitaminas e potássio, seu consumo regular proporciona benefícios à saúde humana, ajudando a prevenir doenças.

No caso da castanha, produto tipicamente regional, a amêndoa é rica em vitaminas, proteínas, lipídios, gorduras, carboidratos, fibras, magnésio, potássio e selênio - mineral que ajuda no combate aos radicais livres. Em quantidades adequadas, pode ajudar no combate à desnutrição infantil e na prevenção de doenças do coração e de alguns tipos de câncer.

A farinha mista pode ser utilizada no preparo de alimentos como mingau, bolos, biscoitos e pães.  Os testes com as novas formulações do produto continuam durante o mês de dezembro, com a participação de escolas da rede pública de ensino, localizadas no município de Rio Branco.

A partir da próxima semana, a atividade será realizada na cozinha experimental do Núcleo Móvel de Transferência de Tecnologias Agroindustriais da Embrapa (Nutec Móvel), carreta adaptada que levará as sessões de degustação para o ambiente escolar. (NS)

fonte: Portalamazonia.com

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

UTFPR: Capes aprova mestrado em Tecnologia de Alimentos

Curso terá aulas teóricas no campus de Londrina e práticas no de Beltrão.
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) divulgou no dia 9 de novembro o resultado da apreciação de propostas de cursos novos de 2010. A UTFPR aprovou três cursos, dentre eles o mestrado em Tecnologia de Alimentos, a ser ofertado pelo campus Francisco Beltrão em conjunto com o campus Londrina. O mestrado profissional contará com uma área de concentração em Tecnologia de Alimentos e as duas linhas de pesquisa: Tecnologia de Produtos de origem animal e Tecnologia de Produtos de origem vegetal. Serão ofertadas 15 vagas anualmente. As inscrições serão abertas em maio e a seleção dos candidatos deve ocorrer em maio. Os alunos graduados em curso superior que tiverem a intenção de concorrer a uma vaga do Programa de Mestrado serão submetidos a um processo de seleção composto pelas seguintes etapas: inscrição, prova escrita de caráter eliminatório, entrevista e análise de currículo de caráter classificatório com os professores do Programa. O programa de Mestrado vem consolidar a área de alimentos no campus que oferece o curso de graduação, especialização e agora passará a ofertar o mestrado profissional. A professora Alessandra Machado, diretora do Departamento de Pesquisa e Pós-Graduação da UTFPR de Beltrão, diz que este curso se destina a profissionais que já atuam em agroindústrias, acadêmicos e profissionais de áreas correlatas. Mais informações podem ser obtidas na Diretoria de Pesquisa e Pós-Graduação, junto ao campus da UTFPR, pelos fones (46) 3523-7111 e 3523-7017.

fonte: Jornal de Beltrão

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Fibra de bagaço de cana pode ser aproveitada em fibrocimento

Na Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) os resíduos da indústria sucro-alcooleira — fibra do bagaço de cana-de-açucar e as cinzas resultantes da queima do bagaço em caldeiras — estão sendo aproveitados na produção de fibrocimento, material de construção usado na fabricação de produtos como telhas, caixa d’água e divisórias. O método consiste em substituir alguns dos componentes que formam o fibrocimento pela fibra do bagaço da cana e pelas cinzas.

As cinzas do bagaço de cana substituem 30% em massa do cimento do material

Segundo o pesquisador Ronaldo Soares Teixeira, autor do trabalho, a intenção foi buscar uma nova forma de aproveitar esses resíduos, normalmente descartados pela indústria sucro-alcooleira. “Eles normalmente são subaproveitados. Parte do bagaço é queimada em caldeiras, tornando-se cinzas; o bagaço até tem outros empregos, como nas rações para animais, mas a maior parte é descartada”, comenta o pesquisador. Ele estima que, de cada tonelada de cana-de-açúcar processada, 260 quilos são transformados em bagaço.
Normalmente, o fibrocimento é composto por cimento, sílica ativa, água, polpa celulósica como reforço secundário e fibra sintética, como PVA e PP (tipos de plástico). O estudo de Teixeira utilizou a fibra do bagaço de cana como um reforço na produção de fibrocimento, enquanto as cinzas substituíram 30% do cimento em massa. “A cinza apresenta grande concentração de sílica, que tem comportamento de cimento pozolânico. A cinza, em contato com a água e em conjunto com cal hidratada, forma um composto aglomerante, ou seja, ela endurece”, explica Teixeira.
Após vários testes, o pesquisador comprovou que o fibrocimento produzido com resíduos sucro-alcooleiros é viável e apresentou resistência similar ao material produzido nas indústrias. O fibrocimento da pesquisa passou por dois processos de cura (endurecimento). Com isso, o pesquisador testou a resistência do material sob condições de calor e umidade, simulando exposição a sol e chuva. “A fibra passou por tratamento químico (à base de silicato de sódio e sulfato de alumínio) com a intenção de diminuir a absorção de água e assim diminuir a degradação da fibra”.

Método
Para criar o fibrocimento, o pesquisador utilizou um processo chamado extrusão, método alternativo para a produção do material cimentício. Teixeira explica que a máquina, chamada extrusora, contém uma rosca sem fim dividida em três câmaras: mistura, pressão negativa e compressão. Na extremidade da rosca, encontra-se a boquilha, que promove a compactação final da mistura e forma a geometria do produto.

O método de extrusão para criar o fibrocimento é inédito no Brasil. A imagem* mostra a máquina usada

“Quando se coloca a mistura dos componentes do fibrocimento na extrusora, a rosca sem fim faz a massa fluir sob pressão crescente através das câmaras, forçando-a sair no formato que se desejar, formando o fibrocimento” detalha.
O pesquisador diz que o método foi usado somente para fins acadêmicos, sem pensar em sua adequação para as indústrias, num primeiro momento. “A extrusora normalmente é utilizada na indústria de cerâmica. Na pesquisa, ela foi adaptada para produzir fibrocimento”, acrescenta.
Teixeira desenvolveu o estudo em sua dissertação de mestrado pela EESC, sob orientação do professor Francisco Antonio Rocco Lahr, do Laboratório de Madeira e de Estruturas de Madeira (LaMEM) da Escola. O trabalho teve cooperação com laboratório de Construções e Ambiência, coordenado pelo professor Holmer Savastano Junior, na Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA) da USP, em Pirassununga. Nele, Teixeira continua fazendo mais testes com o fibrocimento.

*Imagem cedida pelo pesquisador.
Agência USP de Notícias

Publicado em 30/novembro/2010