quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Biofilme substitui cera na conservação de frutas e hortaliças


Além manter as propriedades fisiológicas, biofilme não altera o sabor e confere brilho ao produto sem o uso de substâncias químicas.

A aplicação de biofilmes em frutas e hortaliças é uma ferramenta eficaz para a conservação do produto e traz uma série de benefícios tanto para os produtores quanto para os consumidores. Com a proposta de reduzir a troca de gases e a perda de água, que ocorre naturalmente do fruto para o meio externo, a técnica consiste na proteção dos frutos com uma película criada por substâncias orgânicas, formando uma proteção para os frutos. Além de conservar o fruto, a técnica do biofilme confere brilho e mantém os atributos do produto, isso tudo sem a utilização de químicos.

Atualmente, para alcançar esse mesmo efeito muitos fruticultores lançam mão do uso de ceras comerciais, que são eficientes na conservação mas, em sua grande maioria, contêm quantidades grandes de produtos químicos prejudiciais à saúde que são transferidos para a casca do fruto. De acordo com a engenheira agrônoma Maria Auxiliadora Coelho Lima, chefe de pesquisa da Embrapa Semiárido, a aplicação de biofilmes a partir de produtos orgânicos não só é possível, como também muito vantajosa.

É possível formar um biofilme com produtos diferentes. Alguns deles podem ser mais eficientes para determinado tipo de fruta e outros mais eficientes para uma hortaliça, por exemplo. É preciso verificar a característica do composto que será trabalhado como biofilme para verificar a eficiência dele. A tendência atual é que se trabalhe com biofilmes à base de carboidratos ou proteínas, que poderão ser consumidos junto com a fruta. Essa é a grande vantagem: além do benefício econômico, evita-se a introdução de um componente químico em um produto fresco — explica.

Em um trabalho de pesquisa desenvolvido com a manga Tommy Atkins, a eficiência da técnica da aplicação de biofilmes foi comprovada. O biofilme foi trabalhado com derivados de amido e óleo de girassol, esse último com a função de conferir brilho ao fruto. A proposta, segundo a pesquisadora Maria Auxiliadora, era que o biofilme conservasse o produto mantendo seus atributos e proporcionando o atrativo visual, que é muito valorizado pelo produtor. A experiência mostrou que os produtos podem ter efeito equivalente e, em alguns casos, até superior àquele gerado pelo uso das ceras comerciais. O sucesso alcançado nessa experiência pode ser estendido a outras culturas, já que a variedade Tommy Atkins possui propriedades que dificultam a conservação. Já que a técnica foi eficiente com essa variedade, tem grandes chances de ser ainda mais eficaz com outras frutas e hortaliças.
                                                                          PORTAL DIA DE CAMPO

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